quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Quem Foi Doutor Carlos

O «Seareiro»
     Muito cedo se deixou cativar por uma cultura humanista revelada nas páginas da Revista "Seara Nova" em critícas e contos de fino recorte, assinados simplesmente por António Carlos, nome literário que adoptara.
     Seria assim, no meio intelectual dos "seareiros", que Ferreira Soares ganharia pouco a pouco, a consciência social que ele mesmo denunciava: «foi a «Seara» que despertou e orientou o meu interesse pelos negócios do espirito e me defendeu de encantamento pelos turvadores de «águas pouco potáveis».
     Homem de ideias claras e firme determinação, aliando sempre a sua actividade revolucion´ria ao trabbalho clinico, sendo amado e respeitado por todos. Escreveu coisas muito lindas que íam no seu nobre coração, muitas delas lidas ao povo no Atneu de Nogueira da Regedoura.
     Quem com ele teve o privilégio de privar, guarda uma legenda alegre que se poderia traduzir assim: «era um pequenito com quem valia a pena brincar». Era de facto, um homem que brincava. Mesmo em condições de angústia pessoal e de terror colectivo, ele brincava. Com as crianças. Com os poetas. Ria às gargalhadas, principalmente do Poder.
     Tocava viola e cantava nas romarias em que ia com o povo. Não para converter, mas porque já estava convertido.
      Foi no povo de Nogueira da Regedoura que encontrou a companheira amada de quem teve os filhos que tanto amou. E ele, o povo de Nogueira da regedoura e arredores,há-de voltar a fazer coro com o médico/clinico/militante como quem vai à romaria da  Senhora da Saúde. Com a viola ramaldeira, a cantar a Rosa Tirana. E com um cravo companheiro atrás da orelha.
     É óbvio que a sua acção dinamizadora não passava despercebida aos olhos da Policia de Vigilância e Defesa do Estado.

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