quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Sentir a Natureza no ventre da Terra

Ramaldeiradas na Barra= Recordando Ferreira Soares

A Viola e o cravo vermelho eram referências de marca do Dr. Prata
A minha Homenagem e agrdecimento à Dona Clementina Cadinha, viúva dos saudoso Ti Ferreira donos da conhecida e popular Loja da Vaca, situada no Maçarico.
     Por meados de Setembro, dirgi-me a casa dela para lhe pedir, se estava disposta a dizer-me o que sabia respeitante ao doutor Prata e de sua irmã, se estava disposta a fornecer-me esses dados e se os podia públicar.
   Prontamente se disponibilizou e num ápice foi buscar um papel, onde tinha os versos da Japoneira e que guardava divinamente, desde 1942, data em que o Ferreira Soares foi assassinado, e que segundo ela os cantou milhares e milhares de vezes, e que na altura, ainda me os cantarolou,  mantinha uma vóssuave e limpa, ainda com óprtimos acordaos,  percebia-se que estava perante alguém, que teria dado gosto ter ouvido cantar, ainda a testá-lo, quando disse que tinha feito parte do coro da Igreja.
Numa outra parte falarei, e darei a conhecer tudo o que ela me contou, a sua ligação ao Doutor, sua Irmã Ernestinha e familia Ferreira Soares.
     Tinham-me dito que se encontrava  muito debilitada e que a Doênça lhe tinha provocado a perda de memória, desloquei-me lá e infelizmente confrma-se, entresteceu-me , porque já não lerá o que lhe prometi escrever, mas pelo interesse que tem, e porque se trata de documento histórico estou a  publicá-lo, uma forma de lhe prestar  a minha homenagem e agradecimento,ainda em vida.  Se não o vier a conseguir lêr,  fica aqui a intênção e o propósito, já que a perda de memória causada pela Doênça, a sua recuperação, tudo o indica não  será possivel.
Pela disponibilidade, o amor e a saudade, que nutria pelo Doutor fica aqui expressa, mais reforçada, porque a Senhora acreditava em outro Partido que não o do Doutor.    
Como tal o seu testemunho transmite ainda mais os seus nobres sentimentos.
            Obrigada
           Dona Clementina.
    
JAPONEIRA 
I
Japoneira, Japoneira
Do cemitério de Nogueira
São meigas tuas folhinhas
Estás caladinha e não ralhas
Debaixo dessas ranquinhas!
  II
 Ó japoneira querida
 Por todos és conhecida
É tão triste a tua ausência
Tu, japoneira com dores
Vais deitando tuas flores
Em cima da inteligência!
III
Os teu botões cor de oiro
Quis ter aos pés teu tesouro
E que abrace rico e pobre
E tu, linda japoneira
 Vais com raízes à beira
Do berço da alma nobre!
IV
Morre o rico, morre o pobre
Morre o berço da alma nobre
O morrer é uma carreira
Morre o homem da ciência
Morre a grande inteligência
Morres também, japoneira
V
 Ó raíz que vai andando
Por esa terra mimando
 Quero tocar com pontinhas
 Faz-me um favor que eu
Te peço a esse amigo que
 Conheço dá-lhe sdaudades minhas
VI
Morreu essa inteligência.
Mas tende paciência não
Deixes de vir a Nogueira
Todo o coração contrito quanto
Te vires aflito ide ao pé
Da Japoneira
VII
 Ó raparigas casadas
Que vos encontrais magoadas
O coração em pedaços Lembrai-vos dessas mãezinhas
Tantas mães e criancinhas
Foram salvas nesses braços
N. Regedoura
Julho de 1942 

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