sábado, 23 de janeiro de 2010

Perseguições e Assassinato a Dr. Ferreira Soares = Parte II

Perseguição a Fereira Soares
     Sentindo-se fortemente perseguido   entra em 1936 na clandestinidade,começa nas noites invernosas e frias a ser agasalhado em casas de pessoas amigas e, de quando em vez, na «Japoneira do Cemitério de Nogueira» quando era necessário inverter as movimentações  suspeitas de «elementos estranhos à àrea»
                 Os Barbeiros e a PIDE                                                             
O Doutor Carlos tinha  dois Barbeiros, que ambos nutriam por ele um enorme respeito,amizade e lealdade.
     Decorria o ano de 1940, veio viver para Pousadela um outro Doutor também da oposição ao regime, eram frequentes os encontros entre ele e o Doutor Carlos, após o Assassinato, valeu-lhe o Lima ter informado o João, para que abandonasse a fregueia, de contrário seria preso, porque a PVDE mais tarde PIDE, lhe estava a mover uma apertada perseguição.
  » = Decorria o ano de 1940, um carro preto com dois ocupantes, que  o imobilizam frente à Barbearia do António de Oliveira Belinha, um dos polícias abriu a porta e sem cumprimentar, questionou o barbeiro quanto ao Doutor.
    Na cadeira estava sentado o Jovem Médico, militante do Partido Comunista Portugês, cuja captura era pretendida. O Doutor , tinha o tronco coberto por uma capa, e a face ensaboada, pronta a ser escanhoada.
     O Belinha teve presença de espirito.
     Era deveras arriscado dizer que não avistara o médico, os agentes talvez estivessem informados de que ele fora visto a entrar no estabelecimento.
      Respondeu-lhe:- Saíu daqui mesmo há pouco. Quando lhe perguntaram onde ficava a casa, ele prontamente indicou onde se situava a casa do clínico.
     Sem agradecimento nem despedida, os policias arranacaram.
      Assim escapou Ferreira Soares por unha negra.
  »» =  Talvez por ironia do destino, foi nesta Barbearia, estando na altura sentado o Sr. Belinha então com 17 anos pronto para cortar o cabelo, quando o Doutor entrou e se dirigiu ao Belinha, dizendo-lhe que iria atender uma Doente, foi por trás e não demorou muito tempo a que tivesse chegado a notícia que ele tinha sido ferido.
     ««« E é assim que no dia 4 de Julho  de 1942 é armada uma diabólica cilada a Ferreira Soares, na figura de uma falsa doente que lhe apresenta, acompanhada de um homem, no consultório que mantinha em casa.
     Foram catorze balas que lhe ceifaram a vida cerca das onze horas da manhã, tendo então trinta e nove anos de idade.
     Transportado pela PIDE à Casa de Saúde Dr. Gomes de Almeida em Espinho, «o médico dos pobres»- como era chamado- chegou já cadáver. Vilmente assassinado, António Carlos de Carvalho Ferreira Soares, médico, humanista, etnógrafo, critico, cronista e destacado membro do Comité Regional do Douro do Partido Comunista Português, ergue-se como justo exemplo de sacrificio e luta, de despojamento e dignidade.    
Foi num sabado dia 4 de Julho de 1942, data que ocorreu o vil assassinato.
» = O Primeiro é um extracto e com a devida Vênia "Dormindo no Cemitério"
 »» = Segunda vez no Barbeiro,  testemunho do próprio Senhor Belinha hoje com 85 anos.
»»»» = Recolha da Comissão de Freguesia do P.C.P. de Nogueira da Regedoura 1975
Especialista em doênças Pulmonares!....
   Tinha pouco mais da catorze anos,  e em cada dia emagrecia mais, o seu pai preocupado falou com o Doutor e marcaram-lhe uma consulta. Depois de o auscultar, receitou-lhe uma garrafa de figado de óleo de bacalhau. Perguntou-lhe se era necessário mais alguma coisa: Tornou-lhe por resposta:- Ou paras com essa brincadeira de te mastrubares-te exegaeradamente, ou então vou dizer ao teu Pai.
 Parou com os exegeros e recuperou a olhos vistos.
   

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