O «Seareiro»
Muito cedo se deixou cativar por uma cultura humanista revelada nas páginas da Revista "Seara Nova" em critícas e contos de fino recorte, assinados simplesmente por António Carlos, nome literário que adoptara.
Seria assim, no meio intelectual dos "seareiros", que Ferreira Soares ganharia pouco a pouco, a consciência social que ele mesmo denunciava: «foi a «Seara» que despertou e orientou o meu interesse pelos negócios do espirito e me defendeu de encantamento pelos turvadores de «águas pouco potáveis».
Homem de ideias claras e firme determinação, aliando sempre a sua actividade revolucion´ria ao trabbalho clinico, sendo amado e respeitado por todos. Escreveu coisas muito lindas que íam no seu nobre coração, muitas delas lidas ao povo no Atneu de Nogueira da Regedoura.
Quem com ele teve o privilégio de privar, guarda uma legenda alegre que se poderia traduzir assim: «era um pequenito com quem valia a pena brincar». Era de facto, um homem que brincava. Mesmo em condições de angústia pessoal e de terror colectivo, ele brincava. Com as crianças. Com os poetas. Ria às gargalhadas, principalmente do Poder.
Tocava viola e cantava nas romarias em que ia com o povo. Não para converter, mas porque já estava convertido.
Foi no povo de Nogueira da Regedoura que encontrou a companheira amada de quem teve os filhos que tanto amou. E ele, o povo de Nogueira da regedoura e arredores,há-de voltar a fazer coro com o médico/clinico/militante como quem vai à romaria da Senhora da Saúde. Com a viola ramaldeira, a cantar a Rosa Tirana. E com um cravo companheiro atrás da orelha.
É óbvio que a sua acção dinamizadora não passava despercebida aos olhos da Policia de Vigilância e Defesa do Estado.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
sábado, 23 de janeiro de 2010
Perseguições e Assassinato a Dr. Ferreira Soares = Parte II
Perseguição a Fereira Soares
Sentindo-se fortemente perseguido entra em 1936 na clandestinidade,começa nas noites invernosas e frias a ser agasalhado em casas de pessoas amigas e, de quando em vez, na «Japoneira do Cemitério de Nogueira» quando era necessário inverter as movimentações suspeitas de «elementos estranhos à àrea»
Decorria o ano de 1940, veio viver para Pousadela um outro Doutor também da oposição ao regime, eram frequentes os encontros entre ele e o Doutor Carlos, após o Assassinato, valeu-lhe o Lima ter informado o João, para que abandonasse a fregueia, de contrário seria preso, porque a PVDE mais tarde PIDE, lhe estava a mover uma apertada perseguição.
» = Decorria o ano de 1940, um carro preto com dois ocupantes, que o imobilizam frente à Barbearia do António de Oliveira Belinha, um dos polícias abriu a porta e sem cumprimentar, questionou o barbeiro quanto ao Doutor.
Na cadeira estava sentado o Jovem Médico, militante do Partido Comunista Portugês, cuja captura era pretendida. O Doutor , tinha o tronco coberto por uma capa, e a face ensaboada, pronta a ser escanhoada.
O Belinha teve presença de espirito.
Era deveras arriscado dizer que não avistara o médico, os agentes talvez estivessem informados de que ele fora visto a entrar no estabelecimento.
Respondeu-lhe:- Saíu daqui mesmo há pouco. Quando lhe perguntaram onde ficava a casa, ele prontamente indicou onde se situava a casa do clínico.
Sem agradecimento nem despedida, os policias arranacaram.
Assim escapou Ferreira Soares por unha negra.
»» = Talvez por ironia do destino, foi nesta Barbearia, estando na altura sentado o Sr. Belinha então com 17 anos pronto para cortar o cabelo, quando o Doutor entrou e se dirigiu ao Belinha, dizendo-lhe que iria atender uma Doente, foi por trás e não demorou muito tempo a que tivesse chegado a notícia que ele tinha sido ferido.
««« E é assim que no dia 4 de Julho de 1942 é armada uma diabólica cilada a Ferreira Soares, na figura de uma falsa doente que lhe apresenta, acompanhada de um homem, no consultório que mantinha em casa.
Foram catorze balas que lhe ceifaram a vida cerca das onze horas da manhã, tendo então trinta e nove anos de idade.
Transportado pela PIDE à Casa de Saúde Dr. Gomes de Almeida em Espinho, «o médico dos pobres»- como era chamado- chegou já cadáver. Vilmente assassinado, António Carlos de Carvalho Ferreira Soares, médico, humanista, etnógrafo, critico, cronista e destacado membro do Comité Regional do Douro do Partido Comunista Português, ergue-se como justo exemplo de sacrificio e luta, de despojamento e dignidade.
Foi num sabado dia 4 de Julho de 1942, data que ocorreu o vil assassinato.
» = O Primeiro é um extracto e com a devida Vênia "Dormindo no Cemitério"
»» = Segunda vez no Barbeiro, testemunho do próprio Senhor Belinha hoje com 85 anos.
»»»» = Recolha da Comissão de Freguesia do P.C.P. de Nogueira da Regedoura 1975
Especialista em doênças Pulmonares!....
Tinha pouco mais da catorze anos, e em cada dia emagrecia mais, o seu pai preocupado falou com o Doutor e marcaram-lhe uma consulta. Depois de o auscultar, receitou-lhe uma garrafa de figado de óleo de bacalhau. Perguntou-lhe se era necessário mais alguma coisa: Tornou-lhe por resposta:- Ou paras com essa brincadeira de te mastrubares-te exegaeradamente, ou então vou dizer ao teu Pai.
Parou com os exegeros e recuperou a olhos vistos.
Sentindo-se fortemente perseguido entra em 1936 na clandestinidade,começa nas noites invernosas e frias a ser agasalhado em casas de pessoas amigas e, de quando em vez, na «Japoneira do Cemitério de Nogueira» quando era necessário inverter as movimentações suspeitas de «elementos estranhos à àrea»
Os Barbeiros e a PIDE
O Doutor Carlos tinha dois Barbeiros, que ambos nutriam por ele um enorme respeito,amizade e lealdade.Decorria o ano de 1940, veio viver para Pousadela um outro Doutor também da oposição ao regime, eram frequentes os encontros entre ele e o Doutor Carlos, após o Assassinato, valeu-lhe o Lima ter informado o João, para que abandonasse a fregueia, de contrário seria preso, porque a PVDE mais tarde PIDE, lhe estava a mover uma apertada perseguição.
» = Decorria o ano de 1940, um carro preto com dois ocupantes, que o imobilizam frente à Barbearia do António de Oliveira Belinha, um dos polícias abriu a porta e sem cumprimentar, questionou o barbeiro quanto ao Doutor.
Na cadeira estava sentado o Jovem Médico, militante do Partido Comunista Portugês, cuja captura era pretendida. O Doutor , tinha o tronco coberto por uma capa, e a face ensaboada, pronta a ser escanhoada.
O Belinha teve presença de espirito.
Era deveras arriscado dizer que não avistara o médico, os agentes talvez estivessem informados de que ele fora visto a entrar no estabelecimento.
Respondeu-lhe:- Saíu daqui mesmo há pouco. Quando lhe perguntaram onde ficava a casa, ele prontamente indicou onde se situava a casa do clínico.
Sem agradecimento nem despedida, os policias arranacaram.
Assim escapou Ferreira Soares por unha negra.
»» = Talvez por ironia do destino, foi nesta Barbearia, estando na altura sentado o Sr. Belinha então com 17 anos pronto para cortar o cabelo, quando o Doutor entrou e se dirigiu ao Belinha, dizendo-lhe que iria atender uma Doente, foi por trás e não demorou muito tempo a que tivesse chegado a notícia que ele tinha sido ferido.
««« E é assim que no dia 4 de Julho de 1942 é armada uma diabólica cilada a Ferreira Soares, na figura de uma falsa doente que lhe apresenta, acompanhada de um homem, no consultório que mantinha em casa.
Foram catorze balas que lhe ceifaram a vida cerca das onze horas da manhã, tendo então trinta e nove anos de idade.
Transportado pela PIDE à Casa de Saúde Dr. Gomes de Almeida em Espinho, «o médico dos pobres»- como era chamado- chegou já cadáver. Vilmente assassinado, António Carlos de Carvalho Ferreira Soares, médico, humanista, etnógrafo, critico, cronista e destacado membro do Comité Regional do Douro do Partido Comunista Português, ergue-se como justo exemplo de sacrificio e luta, de despojamento e dignidade.
Foi num sabado dia 4 de Julho de 1942, data que ocorreu o vil assassinato.
» = O Primeiro é um extracto e com a devida Vênia "Dormindo no Cemitério"
»» = Segunda vez no Barbeiro, testemunho do próprio Senhor Belinha hoje com 85 anos.
»»»» = Recolha da Comissão de Freguesia do P.C.P. de Nogueira da Regedoura 1975
Especialista em doênças Pulmonares!....
Tinha pouco mais da catorze anos, e em cada dia emagrecia mais, o seu pai preocupado falou com o Doutor e marcaram-lhe uma consulta. Depois de o auscultar, receitou-lhe uma garrafa de figado de óleo de bacalhau. Perguntou-lhe se era necessário mais alguma coisa: Tornou-lhe por resposta:- Ou paras com essa brincadeira de te mastrubares-te exegaeradamente, ou então vou dizer ao teu Pai.
Parou com os exegeros e recuperou a olhos vistos.
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Terras Rio e Mar = Junta de Freguesia de Nogueira da Regedoura = DOUTOR Vai Uma de Viola = Memórias
Doutor Carlos e as Três Meninas
O meu grato reconhecimento à dona Clementina Ferreira Cadinha
Infelizmente, e no momento em que escrevo este testemunho, já não lhe o vou poder mostrar, como lhe tinha prometido, porque a perda de memória, dela nos atraiçoou.
Não decorreu muito tempo, mas lamentávelmente o sufuciente, para que tal viesse a aconter. Mas, como só se morre, quando deixamos de estar no coração de alguém. Fica a qui a intênção, e meu obrigado, a esta ilustre Senhora, que em tempo algum deixou de cantarolar os versos que decorou e a sua ligação ao Doutor Carlos, que prontamente se disponibilizou a dar-mos a conhecer, bem como o esse seu testemunho, mesmo que sabendo que nem o Dr. Carlos nem eu eramos, do Partido que ela pensava ser o melhor.
Dona Clementina disse.- Eramos três meninas que normalmente andavamos juntas; Quando viamos o Doutor montado no seu Cavalo, só se, não podessemos. é que não fugiamos, pois ele gostava de brincar, fazendo de conta que o animal nos ía atacar e nós tinhamos medo. Um dia estavamos as três e não nos apercebemos dele, quando demos fé, ele estava junto a nós.
Desceu do cavalo e disse:- Vocês são três lindas meninas,dirigindo-se à Maria do Costinha, Maria tu tens uns olhos muito lindos. És muito Bonita. Voltando-se para a Celeste do Gaspar:- Celeste, tens um Pucho maravilhoso, e que te fica muito bem, e te faz muito bonita. Finalmente virou-se para mim:- E tu Clementina; tens uma gargante de ouro, adoro-te ouvir cantar.
Estaria ele longe de imaginar, que durante mais de sessenta anos eu cantaria em todo o lado o Fado da Japoneira em sua homenagem a ele, e que agora te dou uma cópia e fico com outra.
Faz dela o que quizeres. Ele era um Santo.
Sabes o Doutor foi assassinado num sabado e no Domingo os sinos de luto não tocaram. Toda a gente estava muito doente pelo que tinham feito ao Doutor.
Vivia nas Alminhas (onde agora está o Monumento) a Maria da Vitória que era vúva, também a Ti Albertina de Avintes que fazia de parteira, colaboravam com o Doutor, ela foi mesmo parteira de muita gente, quando ele não podia vir por causa da PIDE. Ela foi parteira de muitas mulheres. Várias vezes foi interrogada, mas disse sempre que não sabia nada.
A mesma resposta dava o Bernardino que levava o correio ao sitio combinado e depois o Doutor vinha lá buscá-lo.
O Joaquim Oliveira Silva, filho do Ti Nicolau, levava pão frito, que lhe mandava a Irmã Inês Ferreira Soares e deixava nos Moinhos da Gaiteira que o Doutor depois lá vinha comer, ou então lhe íam levar.
Os moinhos pertenciam aos do Fome.
Fernando Fome e Ti Maria Olinda, ali ficava a comida que o Doutor depois vinha buscar.
Fernando Fome e Ti Isaura Costureira, filha do Ti Nicolau, colaboravam e quando alguém precisava dos serviços do Doutor vinham procurá-los, e eles depois lhe comunicavam , depois lá se deslocava ás suas casas.
Também o Jpoaquim Pexista que tinha a sua garagem de bicicletas ali junto á casa do Alvaro Madeireiro, conhecia todos os movimento, e se algum fosse estranho, mandava a mulher avisar o Doutor.
Os versos do Fado da Japoneira foram- lhes dados pelo professor Manuel de Oliveira Marques que os escreveu, que deu aulas em Nogueira da Regedoura e também em Espinho. Vive em Espinho, escreveu outras coisas respeitantes a Ferreira Soares e Joaquim Domingues Maia, mas infelizmente a doênça também lhe atraiçoou a memória, motivado por isso, um dia acabou por queimar os seus escritos.
Hoje não é possivel recuperar esse espólio.
A Esposa que até tem um livro publicado, a esposa sabia onde ele guardava os papeis, mas quando foi procurá-los já tinham sido queimados. Fica o registo.
Resta-me acrescentar:-
Foi uma honra, ter ouvido a Dona Clementina, e ter ficado contaminado pelo sentir do carinho e amor que ela durante uma vida nutriu pelo Doutor.
Este Joaquim Oliveira Silva, filho do Ti Nicolau, casado com a Luciana, "daí que mais tarde tenha herdado o apelido de Luciana aquela que abriu a Loja, onde hoje está implantada a Japoneira. que teve a mercearia nos altos Céus, onde hoje é o café Cá te Espero, chegou a ser fortemente espacando pela PIDE, para descobrir onde se encontrava escondido o Doutor, mas suportou sem abrir a boca.
Manteve toda a vida a sua opsição ao regime..
Este testemunho foi ainda me confirmado nomes pelo Senhor Belinha.
Que me disse ainda:- O Pai do Dr. Carlos sempre se deslocava a pé e vice-versa de Nogueira à estação de S. Paio de Oleiros, onde naquele tempo o caminhho era difícil e daí apanhava o comboi para a Vila da Feira.
A familia de Ferreira Soares teve um Cavalo Preto o Neptuno, que morreu depois de lhe terem dado muito milho e depois àgua acabou por inchar e morrer. Foi transportado num carro de bóis e, sepultado à entrada da Quinta, onde hoje se encoontra a casa da Angelina do Rabão. "Junto ao Monumento".
Para o substituir, adquiriram uma Égua branca, cujo nome lhe passaram a chamar simplesmente Égua.
Havia um automóvel que era pertença do Doutor Armando que quando se suicidou, segundo o que se sabe, o motivo seria por saber que padecia de uma doênça grave e incurável, que terá deixado o carro ao seu Irmão Doutor Fernando.
Um belo dia o Doutor Fernando, deixou-o destravado e desengatado, e ele começou a andar sózainho, correu e conseguiu pará-lo, então teve este desabafo: como é possivel um homem ter mais força que quatro cavalos juntos, que seriam os cavalos que o motor do carro tinha.
Estes dados foram-me cedidos pelo Senhor Belinha, hoje com 85 anos.
Sentir a Natureza no ventre da Terra
Ramaldeiradas na Barra= Recordando Ferreira Soares
A Viola e o cravo vermelho eram referências de marca do Dr. Prata
A minha Homenagem e agrdecimento à Dona Clementina Cadinha, viúva dos saudoso Ti Ferreira donos da conhecida e popular Loja da Vaca, situada no Maçarico.
Por meados de Setembro, dirgi-me a casa dela para lhe pedir, se estava disposta a dizer-me o que sabia respeitante ao doutor Prata e de sua irmã, se estava disposta a fornecer-me esses dados e se os podia públicar.
Prontamente se disponibilizou e num ápice foi buscar um papel, onde tinha os versos da Japoneira e que guardava divinamente, desde 1942, data em que o Ferreira Soares foi assassinado, e que segundo ela os cantou milhares e milhares de vezes, e que na altura, ainda me os cantarolou, mantinha uma vóssuave e limpa, ainda com óprtimos acordaos, percebia-se que estava perante alguém, que teria dado gosto ter ouvido cantar, ainda a testá-lo, quando disse que tinha feito parte do coro da Igreja.
Numa outra parte falarei, e darei a conhecer tudo o que ela me contou, a sua ligação ao Doutor, sua Irmã Ernestinha e familia Ferreira Soares.
Tinham-me dito que se encontrava muito debilitada e que a Doênça lhe tinha provocado a perda de memória, desloquei-me lá e infelizmente confrma-se, entresteceu-me , porque já não lerá o que lhe prometi escrever, mas pelo interesse que tem, e porque se trata de documento histórico estou a publicá-lo, uma forma de lhe prestar a minha homenagem e agradecimento,ainda em vida. Se não o vier a conseguir lêr, fica aqui a intênção e o propósito, já que a perda de memória causada pela Doênça, a sua recuperação, tudo o indica não será possivel.
Pela disponibilidade, o amor e a saudade, que nutria pelo Doutor fica aqui expressa, mais reforçada, porque a Senhora acreditava em outro Partido que não o do Doutor.
Como tal o seu testemunho transmite ainda mais os seus nobres sentimentos.
Obrigada
Dona Clementina.
JAPONEIRA
I
Japoneira, Japoneira
Do cemitério de Nogueira
São meigas tuas folhinhas
Estás caladinha e não ralhas
Debaixo dessas ranquinhas!
II
Ó japoneira querida
Por todos és conhecida
É tão triste a tua ausência
Tu, japoneira com dores
Vais deitando tuas flores
Em cima da inteligência!
III
Os teu botões cor de oiro
Quis ter aos pés teu tesouro
E que abrace rico e pobre
E tu, linda japoneira
Vais com raízes à beira
Do berço da alma nobre!
IV
Morre o rico, morre o pobre
Morre o berço da alma nobre
O morrer é uma carreira
Morre o homem da ciência
Morre a grande inteligência
Morres também, japoneira
V
Ó raíz que vai andando
Por esa terra mimando
Quero tocar com pontinhas
Faz-me um favor que eu
Te peço a esse amigo que
Conheço dá-lhe sdaudades minhas
VI
Morreu essa inteligência.
Mas tende paciência não
Deixes de vir a Nogueira
Todo o coração contrito quanto
Te vires aflito ide ao pé
Da Japoneira
VII
Ó raparigas casadas
Que vos encontrais magoadas
O coração em pedaços Lembrai-vos dessas mãezinhas
Tantas mães e criancinhas
Foram salvas nesses braços
N. Regedoura
Julho de 1942
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Navios, Marés e Marinheiros
Foi uma honra enorme servir-te Briosa
Honro-me de ser o primeiro
Os Marinheiros Aventureiros, são sempre os Primeiros na Terra e no Mar
Posso ser acusado de muita coisa, até voltar a ser julgado pelo que fiz de bom, menos bom , mau,ou até péssimo, mas pelo que fiz e em muitos casos não fíz, paguei facturas com preços altamente elevados, voltaria a pagá-los, se fosse caso disso, mas nunca posso ser acusado, por em tempo algum, ter deixado de assumir totalamente as minhas responsabilidades, e ligar tudo ao que digo e o que faço.
Como em tudo o que fiz na vida, dei muito pouco, se comparado com o muito que recebi, talvez porque para mim, as coisas pequenas, tornam-se enormissimas, porque as avalio pelo sentimento, e não pela sua grandeza ou valores materias. Talvez por issso seja enormemente feliz.
Nesta terra, que por direito próprio também lhe chamo minha, como a outras em que vivi, e deixei lá a minha marca, pela forma como pauto a minha intervênção,mas ainda pela maneira interventiva que optei, por convicções e formas de estar na vida.
Neste caso, nem é muito importante como cheguei até aqui, mas importante é que quando cá cheguei, comecei a incrementar amizades e não havia Marinheiros, quando começaram a fazer alusões a Marinheiros, eu era espécie única.
Seguiram-se outros, alguns dos quais por conhecer-me e pelas conversas que mantinha, e os esclarecimetos no que toca o que era a Marinha e o que representava.
Tinha sido habituado nas minhas aldeias, a vários apelidos, e o curioso, é que nunca o de Ferreira, que era o que já vinha dos meus avós e visa vós, os meus Irmãos esses sim e ainda hoje assim continua a ser.
Comecei a ser tratado pelo Marinheiro, e ninguém se importava nem importa com o meu nome; "O Marinheiro" tudo dito, isso incentivou-me tão fortemente, que muito cedo, eu próprio comecei a assinar-me com a alcunha de Valdemar Marinheiro. Fala a sabedoria popular e essa nunca se engana, juntava-se a fome á vontade de comer.
Certo que há uns anos tenho uma ligação muito forte ao rio,"como aliás sempre tive", mas não consigo nem quero, estar muito tempo, sem dar uma volta e estar próximo do mar, reavivar testemunhos do passado maritimo, e alimentar sonhos no presente.
Faz-me bem!... O meu mar, sabe presentear-me, e trasmite-me mensagens com essa sensibilidade de um sonho que um dia eu realizei.
Guardo as minhas Fardas, seguramente com maoir zelo, cuido melhor delas, que do meu estado de saúde, é um amor tão forte que só quem o sente, o pode avaliar.
Desejo, que um dia voltemos a ter a fonte de riqueza de outrora, onde a Marinha e os Marinheiros traziam para o nosso país, certo que trouxeram, coisas menos boas, ou más, mas traziam também muito riqueza em quantidades, de coisas boas, e muito boas.
Hoje infelizmente temos um mar, mas não deixam que dele possamos tirar proveito, tudo o que de bom ele tem para nos oferecer em nome de um interesses duvidosos nos proibem em limitam criando condições para que não se possa exercer tal profissão.
Um País que não aproveite as suas riquezas tem seguramente o seu futuro comprometido. até lá vamos acreditar que a Marinha e os Marinheiros um dia irão voltar ao mar, de onde nunca deveriam terem sido obrigados a abnadonar.
Testemunho de um Marnheiro
Acalentando a crença de dias melhores, enquanto não chegam, vou desfrutando desta felicidade única de um dia ter sido Marinheiro e ter feito parte dessa maravilhosa Armada. A todos quantos a serviarm a melhor sorte do Mundo, e com é evidente aos outros também.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Junta de Freguesia de Nogueira da Regedoura = Doutores Prata e Eduardo Ricou
Doutor Alvaro Cunhal no Assassinato do Doutor Carlos Ferreira Soares Ano de 1992
Só se morre, quando se deixa de estar no coração de alguém.
Um E-Mail chegado até mim de uma descendente directa do Senhor Doutor Eduardo Ricou, personalidade com noventa anos, sendo natural da praia da Granja S. Félix da Marinha, Vila Nova de Gaia, mas a residir em França, seguendo depreendo.
Foi com enorme satisfação que recebi a sua resposta ao meu Mail Senhor Valdemar..
Não soube o favor que me prestou em me ter repondido tão rápidamente ao que lhe pedi concretamente, se o Doutor Alvaro Cunhal esteve em vida em Nogueira da Regedoura em Romaagem ao Doutor Carlos Ferreira Soares e na qual lhe confirmei que esteve aquando da romagem dos cinquenta anos que decorria sobre o seu assassinato, 1992. Sendo que Alvaro Cunhal era responsável aqui no Norte onde Ferreira Soares pertencia em militância Comunista.
A razão, é que meu Pai hoje com noventa anos, tendo escrito em livro as suas memórias e saudade de um médico em África, pois ele era médico leprologo, e foi mandado para Angola em mil novecentos e quarenta e nove, fala do dr. Prata Soares com muito carinho e dizendo que o conhecera quando ainda estava a estudar medicina no Porto. Parece que o Dr. Prata Soares o ajudou (ao meu pai). E ele conta no livro que o Dr. Prata Soares, um grande democrata e amigo do povo. foi cruelmente assassinado pela PIDE em 1942. Este médico influenciou bastante o meu pai na parte humana e social:
Ele conta também no livro, que o Dr. Alvaro Cunhal iria em Romagem ao cemitério de Nogueira da Regedoura, prestar homenagem a este grande homem que foi Dr. Prata Soares.
Até tenciono comprar o livro sobre a vida dele para o oferecer ao meu pai.
Será um presente marvilhoso para ele.
Eu até adoraria falar consigo ao telefone.
Se tiver detalhes que efectivamente ele foi assassinado cobardemente por agentes da PIDE, imensamente grata lhe ficaria.
A Inveja é uma coisa muito feia e a calúnia também.
Eu posso ligar-lhe por telefone.
Aguardo as suas notícias impacientemente.
Eduarda Ricou
Nota:
Pois Amiga, não tem nada que me agradecer e vamos continuar a desenvolver o contacto.
Vou ficar ansioso por receber o livro que o seu pai publicou e para isso conto com a sua colaboração, e quanto ao que respeita ao de Ferreira Soares, Crime de Salazar, posso assegurar -lhe que depois de ter o seu endereço, lhe o vou enviar autografado pelo Autor. Bem Haja
Quando se é bom e justo a memória não deixa que se apague, é salutar esta prova de que já leva cerca de setenta anos e perdura na memória do Dr. Ricou e que fez jus em prestar esse reconhecimento à memória do Doutor Carlos seu amigo, e que só por mero acaso e graças à Internet se tornou possivel o estabelecimento deste elo de ligação depois de ter já estabelecido contactos entre amigos e familaires nas quatro partes do mundo, fico imensamente feliz por mais esta a que muito me liga.
O Secretário Geral do Partido Comunista Português na Romagem ao Camarada Dr. Prata
Amizades que perduram = Doutores Prata e Eduardo Ricou 70 anos depoisSó se morre, quando se deixa de estar no coração de alguém.
Um E-Mail chegado até mim de uma descendente directa do Senhor Doutor Eduardo Ricou, personalidade com noventa anos, sendo natural da praia da Granja S. Félix da Marinha, Vila Nova de Gaia, mas a residir em França, seguendo depreendo.
Foi com enorme satisfação que recebi a sua resposta ao meu Mail Senhor Valdemar..
Não soube o favor que me prestou em me ter repondido tão rápidamente ao que lhe pedi concretamente, se o Doutor Alvaro Cunhal esteve em vida em Nogueira da Regedoura em Romaagem ao Doutor Carlos Ferreira Soares e na qual lhe confirmei que esteve aquando da romagem dos cinquenta anos que decorria sobre o seu assassinato, 1992. Sendo que Alvaro Cunhal era responsável aqui no Norte onde Ferreira Soares pertencia em militância Comunista.
A razão, é que meu Pai hoje com noventa anos, tendo escrito em livro as suas memórias e saudade de um médico em África, pois ele era médico leprologo, e foi mandado para Angola em mil novecentos e quarenta e nove, fala do dr. Prata Soares com muito carinho e dizendo que o conhecera quando ainda estava a estudar medicina no Porto. Parece que o Dr. Prata Soares o ajudou (ao meu pai). E ele conta no livro que o Dr. Prata Soares, um grande democrata e amigo do povo. foi cruelmente assassinado pela PIDE em 1942. Este médico influenciou bastante o meu pai na parte humana e social:
Ele conta também no livro, que o Dr. Alvaro Cunhal iria em Romagem ao cemitério de Nogueira da Regedoura, prestar homenagem a este grande homem que foi Dr. Prata Soares.
Até tenciono comprar o livro sobre a vida dele para o oferecer ao meu pai.
Será um presente marvilhoso para ele.
Eu até adoraria falar consigo ao telefone.
Se tiver detalhes que efectivamente ele foi assassinado cobardemente por agentes da PIDE, imensamente grata lhe ficaria.
A Inveja é uma coisa muito feia e a calúnia também.
Eu posso ligar-lhe por telefone.
Aguardo as suas notícias impacientemente.
Eduarda Ricou
Nota:
Pois Amiga, não tem nada que me agradecer e vamos continuar a desenvolver o contacto.
Vou ficar ansioso por receber o livro que o seu pai publicou e para isso conto com a sua colaboração, e quanto ao que respeita ao de Ferreira Soares, Crime de Salazar, posso assegurar -lhe que depois de ter o seu endereço, lhe o vou enviar autografado pelo Autor. Bem Haja
Quando se é bom e justo a memória não deixa que se apague, é salutar esta prova de que já leva cerca de setenta anos e perdura na memória do Dr. Ricou e que fez jus em prestar esse reconhecimento à memória do Doutor Carlos seu amigo, e que só por mero acaso e graças à Internet se tornou possivel o estabelecimento deste elo de ligação depois de ter já estabelecido contactos entre amigos e familaires nas quatro partes do mundo, fico imensamente feliz por mais esta a que muito me liga.
Crueldade = Junta de Freguesia de Nogueira da Regedoura Carta d´um Pai =Parte I
Carta de um velho Pai amargurado em Nogueira da Regedoura
Meu filho António Carlos estava no consultório com sua bata abotoada e cintada e com essa bata assim cintada foi levado pela Policia de Vigilância para a Casa de Saúde de Espinho, onde entrou morto, e com essa bata, e nesse estado, foi encontrada pelo juis delegado e escrivão no cemitério de Espinho - para autópsia.
Assim, autopsiado voltou a casa.
Eu não pude ir receber-lhe o cadáver: ainda tenho um filho e uma filha.....
No consultório, dizia eu, se sentara o meu filho e começava a auscultar uma doente...da polícia, quando o sujeito (a) acompanhava, e deixara outros dois fora, empunhou numa das mãos uma pistola-metralhadora e crivou de balas o meu menino-uma através do tórax (só podia ser desfechada sobre quem estivesse sentado) perfurando o baço; outras no ventre, outra ou outras numa perna. Meu filho, sem poder defender-se, conseguiu ainda sair do consultório mas caiu a poucos passos. Minha filha acorreu-forte na sua crença religiosa, que nenhum dos dois irmãos nem eu possuíamos (,) e desprezando a morte, abeirou-se do irmão e disse-lhe: "agora, Carlos, apesar da tua descrença, pensa em Jesus". Ele respondeu-lhe sorrindo - "com aqueles olhos bons do Carlos, já a enevoar-se" - friza ela- "e disse ele: perdoa: eu vou morrer: este é um louco...
Ela ainda se debruçou para o ferido com uma toalha molhada para humedecer os beiços, já brancos do irmão, quando a besta- fera entra a esfuriar. Ela, tão pequenina, coitadinha, ergueu-se deante do criaturo e disse-lhe"Calme-se snr., isso é um minuto". Mas de fora veio-lhe um tiro através do vidro da janela, passou-lhe rente mas não lhe acertou. Não a deixaram acompanhar o irmão moribundo.
Este não soube que estava nas mãos da polícia, digo,não sei de quem... Vejo quai todos os dias e ouço sem cerimónias este brado aos portugueses: "QQuem manda?" - e respondem 3 vezes um nome que não é o chefe do Estado. Mas será esse aquele a cujas mãos morreu meu filho? Crei que é mais uma besta-fera singular, uma fantasmática figura, concrecão de sombras abominável.
Andam as autoridades administrativas e judiciais a preparar um processo! Não entro nisso; não vejo as chamadas bestas-feras subalternas: não são como os cães esfuriando contra as pedras. E não é um caso esporádico.
Quem o escreveu:-
» António Ferreira Soares, Pai , autor do romance Casa Abatida que dedicou à memória de seu filho Doutor Prata- Cuja morte narrou na carta acima transcrita ao Dr. Câmara Reis, então director da Revista «Seara Nova» Recebi em Nogueira da Regedoura, seu telegrama que muito agradeço - a V. Exa. e aos da "Seara". Mas, como em muitos telegramas e cartas, vejo que não foram entrevistos os factos, aliás pouco percebíveis nas poucas linhas toleradas pela Censura (Numa, pergunta-se-me "se foi uma rapaziada"!!!, vejo-me obrigado a dizer por alto, a 3 oou 4 amigos ou do meu Carlinhos, como se passou a abominável tragédia: faço-o com o custo que V. Exa. imagina num velho de 72 anos, coração cansadissimo de pulsar na dôr, sobretudo depois da anterior tragedia - a do meu filhinho Armando.
Meu filho António Carlos estava no consultório com sua bata abotoada e cintada e com essa bata assim cintada foi levado pela Policia de Vigilância para a Casa de Saúde de Espinho, onde entrou morto, e com essa bata, e nesse estado, foi encontrada pelo juis delegado e escrivão no cemitério de Espinho - para autópsia.
Assim, autopsiado voltou a casa.
Eu não pude ir receber-lhe o cadáver: ainda tenho um filho e uma filha.....
No consultório, dizia eu, se sentara o meu filho e começava a auscultar uma doente...da polícia, quando o sujeito (a) acompanhava, e deixara outros dois fora, empunhou numa das mãos uma pistola-metralhadora e crivou de balas o meu menino-uma através do tórax (só podia ser desfechada sobre quem estivesse sentado) perfurando o baço; outras no ventre, outra ou outras numa perna. Meu filho, sem poder defender-se, conseguiu ainda sair do consultório mas caiu a poucos passos. Minha filha acorreu-forte na sua crença religiosa, que nenhum dos dois irmãos nem eu possuíamos (,) e desprezando a morte, abeirou-se do irmão e disse-lhe: "agora, Carlos, apesar da tua descrença, pensa em Jesus". Ele respondeu-lhe sorrindo - "com aqueles olhos bons do Carlos, já a enevoar-se" - friza ela- "e disse ele: perdoa: eu vou morrer: este é um louco...
Ela ainda se debruçou para o ferido com uma toalha molhada para humedecer os beiços, já brancos do irmão, quando a besta- fera entra a esfuriar. Ela, tão pequenina, coitadinha, ergueu-se deante do criaturo e disse-lhe"Calme-se snr., isso é um minuto". Mas de fora veio-lhe um tiro através do vidro da janela, passou-lhe rente mas não lhe acertou. Não a deixaram acompanhar o irmão moribundo.
Este não soube que estava nas mãos da polícia, digo,não sei de quem... Vejo quai todos os dias e ouço sem cerimónias este brado aos portugueses: "QQuem manda?" - e respondem 3 vezes um nome que não é o chefe do Estado. Mas será esse aquele a cujas mãos morreu meu filho? Crei que é mais uma besta-fera singular, uma fantasmática figura, concrecão de sombras abominável.
Andam as autoridades administrativas e judiciais a preparar um processo! Não entro nisso; não vejo as chamadas bestas-feras subalternas: não são como os cães esfuriando contra as pedras. E não é um caso esporádico.
Quem o escreveu:-
» António Ferreira Soares, Pai , autor do romance Casa Abatida que dedicou à memória de seu filho Doutor Prata- Cuja morte narrou na carta acima transcrita ao Dr. Câmara Reis, então director da Revista «Seara Nova» Recebi em Nogueira da Regedoura, seu telegrama que muito agradeço - a V. Exa. e aos da "Seara". Mas, como em muitos telegramas e cartas, vejo que não foram entrevistos os factos, aliás pouco percebíveis nas poucas linhas toleradas pela Censura (Numa, pergunta-se-me "se foi uma rapaziada"!!!, vejo-me obrigado a dizer por alto, a 3 oou 4 amigos ou do meu Carlinhos, como se passou a abominável tragédia: faço-o com o custo que V. Exa. imagina num velho de 72 anos, coração cansadissimo de pulsar na dôr, sobretudo depois da anterior tragedia - a do meu filhinho Armando.
Vil Assassinato- Uma àrvore à Beira do Caminho = Nogueira da Regedoura Parte II
«Perto de Espinho havia uma árvore
havia uma árvore à beira do caminho
E havia um buraco naquela árvore
perto de Espinho.
(E o povo sabia que havia um buraco
naquela árvore à beira do caminho.)
Mas quando vieram os embuçados
à procura dum médico em terras de Espinho
o povo calou-se não disse nada.
(E o povo sabia que havia um médico
naquela árvore à beira do caminho.)
Esta é uma história que todos sabem
em terras de Espinho.
Esta é história duma árvore
à beira do caminho
Era noite cerrada noite negra
era noite de morte no caminho.
E de repente chegaram os embuçados:
procuravam um médico em terras de espinho.
Era noite sem lua noite de emboscada
noite de um homem não andar sózinho.
Por isso o povo não disse nada:
era noite de embuçados no caminho.
Disseram ao povo que havia um ferido.
Mostraram as mãos: seria sangue? seria vinho
E ninguém foi chamar o médico escondido
naquela árvore á beira do caminho.
Era noite sem lua noite de sangue
era noite de esperas no caminho
Embuçados chegaram. Embuçados partiram
Procuram um médico em terras de Espinho
Já corre um mensageiro para aquela árvore
à beira do caminho
Há embuçados. falaram dum ferido
Mas o sangue que vimos era vinho
Já o médico sai do seu buraco
naquela árvore à beira do caminho.
(Ai a noite sem lua
aí o sangue tem a cor do vinho)
Catorze balas o esperavam
catorze balas o mataram nessa manhã em Espinho
as mãos do povo vinham florir
aquela árvore à beira do caminho.
Mas todos os anos na mesma manhã
em que o sangue correr nessa aldeia de Espinho
as mãos do povo vinham florir
aquela árvore à beira do caminho.
Mas no dia seguinte no mesmo dia
em que havia uma árvore (perto de Espinho)
as mãos do povo vieram plantar
outra árvore à beira do caminho.
De quando em quando voltam os embuçados
e cortam a árvore do povo de Espinho.
Mas há sempre alguém para plantar
outra árvore à beira do caminho.»
Nota:
Esclarecimentos adicionais:
1- Veja o muito no que respeita a Ferreira Soares e que está no Blogue Terras Rio e Mar
2- O assassinato ocorreu de manhã aí a correcção
3- A árvore, é a Japoneira onde Ferreira se escondia dentro do Cemitério de Nogueira
4- Foi mandada cortar e foi lá colocada outra e que o padre de então e Presidente da Junta o Lima a mandaram cortar.
5- Colocada outra em 1975 por Democratas de N. Regedoura e cortaram-na
6- Foi lá colocada a que lá se encontra, paga a compra da japoneira e sua plantação e que durante muitos anos a sua conservação foi paga pelos comunistas locais e quem a plantou está sepultado ao lado direito o Agostinho Ferreira.
7- Um acto louvável e que sempre deveria ter acontecido, de há doze anos a esta parte, o actual executivo assumiu a responsabilidade do tratamento e limpeza da citada Japoneira, dentro do cemitério e colocou uma outra no Monumento de Homenagem que mandou construir`.
havia uma árvore à beira do caminho
E havia um buraco naquela árvore
perto de Espinho.
(E o povo sabia que havia um buraco
naquela árvore à beira do caminho.)
Mas quando vieram os embuçados
à procura dum médico em terras de Espinho
o povo calou-se não disse nada.
(E o povo sabia que havia um médico
naquela árvore à beira do caminho.)
Esta é uma história que todos sabem
em terras de Espinho.
Esta é história duma árvore
à beira do caminho
Era noite cerrada noite negra
era noite de morte no caminho.
E de repente chegaram os embuçados:
procuravam um médico em terras de espinho.
Era noite sem lua noite de emboscada
noite de um homem não andar sózinho.
Por isso o povo não disse nada:
era noite de embuçados no caminho.
Disseram ao povo que havia um ferido.
Mostraram as mãos: seria sangue? seria vinho
E ninguém foi chamar o médico escondido
naquela árvore á beira do caminho.
Era noite sem lua noite de sangue
era noite de esperas no caminho
Embuçados chegaram. Embuçados partiram
Procuram um médico em terras de Espinho
Já corre um mensageiro para aquela árvore
à beira do caminho
Há embuçados. falaram dum ferido
Mas o sangue que vimos era vinho
Já o médico sai do seu buraco
naquela árvore à beira do caminho.
(Ai a noite sem lua
aí o sangue tem a cor do vinho)
Catorze balas o esperavam
catorze balas o mataram nessa manhã em Espinho
as mãos do povo vinham florir
aquela árvore à beira do caminho.
Mas todos os anos na mesma manhã
em que o sangue correr nessa aldeia de Espinho
as mãos do povo vinham florir
aquela árvore à beira do caminho.
Mas no dia seguinte no mesmo dia
em que havia uma árvore (perto de Espinho)
as mãos do povo vieram plantar
outra árvore à beira do caminho.
De quando em quando voltam os embuçados
e cortam a árvore do povo de Espinho.
Mas há sempre alguém para plantar
outra árvore à beira do caminho.»
Nota:
Esclarecimentos adicionais:
1- Veja o muito no que respeita a Ferreira Soares e que está no Blogue Terras Rio e Mar
2- O assassinato ocorreu de manhã aí a correcção
3- A árvore, é a Japoneira onde Ferreira se escondia dentro do Cemitério de Nogueira
4- Foi mandada cortar e foi lá colocada outra e que o padre de então e Presidente da Junta o Lima a mandaram cortar.
5- Colocada outra em 1975 por Democratas de N. Regedoura e cortaram-na
6- Foi lá colocada a que lá se encontra, paga a compra da japoneira e sua plantação e que durante muitos anos a sua conservação foi paga pelos comunistas locais e quem a plantou está sepultado ao lado direito o Agostinho Ferreira.
7- Um acto louvável e que sempre deveria ter acontecido, de há doze anos a esta parte, o actual executivo assumiu a responsabilidade do tratamento e limpeza da citada Japoneira, dentro do cemitério e colocou uma outra no Monumento de Homenagem que mandou construir`.
domingo, 17 de janeiro de 2010
Junta de Freguesia de Nogueira da Regedoura= No Céu até os Santos Sabem
Um Crime Impune
Foi no dia 4 de Julho de 1942 que passou a figurar no calendário dos crimes fascistas, como a data em que foi assassinado mais um resistente à ditadura, cuja recordação ainda está marcada na memória dos habitantes de Nogueira da Regedoura e dos Concelhos de Vila Nova de Gaia, Espinho e Santa Maria da Feira. Os esbirros António Roquete, Laranjeira e Roquete, fizeram-se acompanhar de uma falsa doente.
Foram avisar o Doutor que prontamente se deslocou ao seu consultório. Já com a bata vestida, ali tinham à sua frente o destacado militante comunista, a quem nunca antes tinham conseguido deitar a mão, porque sempre encontrava um refúgio algures. Foi assim que uma brigada da Policia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE) não encontrou melhor meio para prender o Dr. Carlos, sempre pronto a cuidar dos doentes que o procuravam.
Em carta dirigida a Câmara Reys em Setembro de 1936 afirmava: "Rumei à esquerda... para mais perto do possivel convivío e organização das massas populares"apaixonadamente com os problemas quotidianos de cada ser humano, integrando-se na conjuntura politíca e social nomeadamente dos mais pobres e desprotegidos! Ergida pela ternura de cada mão calejada!
Perseguido por causa das suas convicções politícas e ediológicas, teve que remeter-se a uma clandestinidade de 6 anos em que romantismo da solidariedade popular se sobrepôs ao medo que circulava nas veias de país ocupado pelo capital acumulado nas sacristias e nas esquadras. Era o povo de Nogueira da Regedoura, e de freguesias vizinhas que disparava os alertas quando gente suspeita por aí era vista.
Era o povo de Nogueira da Regedoura que o médico ía encontrar guarida nas noites em que era perigoso dormir em casa. Dava dinheiro aos pobres que consultava para que comprassem os medicamentos que lhe receitava! Não porque acreditasse na caridade: Mas porquqe a justiça tardava. E ele tinha pressa na vida. De cada um e de todos. Tempos decorridos, seu pai, António Ferreira Soares, de 72 anos, enviou uma carta a Luis Câmara Reys director da "Seara Nova" no seu consultório começava a auscultar uma doente... da polícia politíca que era acompanhado de outros que empunhando uma pistola-metralhadora, crivou de balas o meu menino! Minha filha Inês Ferreira Soares- A Madrinha como lhe chamavam, acorreu com sua crença religiosa, depressa a morte, abeirou-se do irmão e disse-lhe: "Agora Carlos, apesar da tua descrença, pensa em Jesus". Ele respondeu sorrindo, com aqueles olhos bons do Carlos já a enevoar-se dizendo-lhe perdoa eu vou morrer: este é um louco. Tombou o corpo do médico comunista; tombaram muitas esperanças de muitos pobres, tombaram muitas lágrimas de raiva e dor.
Enviado por Amaro Francisco membro da Comissão de Freguesia do P.C.P. Nogueira da Regedoura e publicado no Jornal Terras da Feira e pelo Jornal Noticias de Paços de Brandão no ano de 1995
Foi no dia 4 de Julho de 1942 que passou a figurar no calendário dos crimes fascistas, como a data em que foi assassinado mais um resistente à ditadura, cuja recordação ainda está marcada na memória dos habitantes de Nogueira da Regedoura e dos Concelhos de Vila Nova de Gaia, Espinho e Santa Maria da Feira. Os esbirros António Roquete, Laranjeira e Roquete, fizeram-se acompanhar de uma falsa doente.
Foram avisar o Doutor que prontamente se deslocou ao seu consultório. Já com a bata vestida, ali tinham à sua frente o destacado militante comunista, a quem nunca antes tinham conseguido deitar a mão, porque sempre encontrava um refúgio algures. Foi assim que uma brigada da Policia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE) não encontrou melhor meio para prender o Dr. Carlos, sempre pronto a cuidar dos doentes que o procuravam.
Em carta dirigida a Câmara Reys em Setembro de 1936 afirmava: "Rumei à esquerda... para mais perto do possivel convivío e organização das massas populares"apaixonadamente com os problemas quotidianos de cada ser humano, integrando-se na conjuntura politíca e social nomeadamente dos mais pobres e desprotegidos! Ergida pela ternura de cada mão calejada!
Perseguido por causa das suas convicções politícas e ediológicas, teve que remeter-se a uma clandestinidade de 6 anos em que romantismo da solidariedade popular se sobrepôs ao medo que circulava nas veias de país ocupado pelo capital acumulado nas sacristias e nas esquadras. Era o povo de Nogueira da Regedoura, e de freguesias vizinhas que disparava os alertas quando gente suspeita por aí era vista.
Era o povo de Nogueira da Regedoura que o médico ía encontrar guarida nas noites em que era perigoso dormir em casa. Dava dinheiro aos pobres que consultava para que comprassem os medicamentos que lhe receitava! Não porque acreditasse na caridade: Mas porquqe a justiça tardava. E ele tinha pressa na vida. De cada um e de todos. Tempos decorridos, seu pai, António Ferreira Soares, de 72 anos, enviou uma carta a Luis Câmara Reys director da "Seara Nova" no seu consultório começava a auscultar uma doente... da polícia politíca que era acompanhado de outros que empunhando uma pistola-metralhadora, crivou de balas o meu menino! Minha filha Inês Ferreira Soares- A Madrinha como lhe chamavam, acorreu com sua crença religiosa, depressa a morte, abeirou-se do irmão e disse-lhe: "Agora Carlos, apesar da tua descrença, pensa em Jesus". Ele respondeu sorrindo, com aqueles olhos bons do Carlos já a enevoar-se dizendo-lhe perdoa eu vou morrer: este é um louco. Tombou o corpo do médico comunista; tombaram muitas esperanças de muitos pobres, tombaram muitas lágrimas de raiva e dor.
Enviado por Amaro Francisco membro da Comissão de Freguesia do P.C.P. Nogueira da Regedoura e publicado no Jornal Terras da Feira e pelo Jornal Noticias de Paços de Brandão no ano de 1995
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
DITADURA FASCISTA =Junta de Freguesia de Nogueira da Regedoura
Vou Idolatrar-te =
A Arma mais mortifera de todas as Armas
Longe vão os tempos em que os ditos senhores auto-convencidos que a sabedoria e a verdade única seria aquela que eles quizesssem tornar pública. Os ppoobres Zés, limitavam-se a lerem-na e era se quizessem ter algum tempo de leitura, que mesmo sabndo-se que o que era tornado público e a forma como era abordados os temas em questão, serviam e só para na sua grandissima maioria valorizar o seu autor.
Hoje infelizmente esses mesmos senhores sofrendo dessa doênça que nunca curaram, ou porque não conseguiram, ou então por não se terem apercebido que o mundo mudou e que nessa mudança se encontra a Internet, que eles os Senhores tais apoiaram, mas que hoje por muito que os faça sofrer nao controla.
Felizmente que a Net, veio a exigir dos senhores da Comunicação Social a divulgação de pessoas que até há pouco tempo tempo atrás era impensável, fosse opinião politíca de Guerra ou Religiosa, entre outras.
Certo que ainda hoje quando com grande esforço económico compramos o Jornal, lá aparecem os Senhores tais a ocuparem duas páginis simples e únicamente com o propósito de publicitar livros que eles próprios editam, mas certamente não os compram, bem como a tentar justificar o injustificável.
Somos uma Nação de Terra boa, onde várias sementes fracas poliferaram, porque eram fortemente alimentada por incautos. Hoje esses incautos cada vez são muito menos e já consultam ambos os lados e apercebem-se do que é verdade, menos verdade ou mentira.
Mas hoje felizmente deparamos que não são poucas as vezes que encontramos artigos dos chamados pés descalço publicados. Acredido convitamente que isto acada vez o seu número virá a ser maior.
Num desses de todo o tempo de antena ontem Domingo 10de Janeiro de 2010 ao folhear as páginas deparo com uma entrevista com duas páginas, de um senhor dos muitos que eu ja tinha apagado da memória.
Muito sinceramente foi tamanha a desilusão, que arrumei o Jornala, sem que o tivesses lido, pois quando deparei com o seu nome pensei que ele aproveitaria a mesma para ter a coragem de dizer como e a quem serviu, e lamentar-se das injustiças que houveram e querer tapar o Sol com a Peneira, nos tempos que correm já não dá.
Mas como dizia arrumei o Jornal, mas passei uma noite tão mal dormida, pois lembrou-me o que de mau foi aquele 25 de Novembro e porque não falam nele o Senhor se sente injustiçado (que vitima?). e hoje muito cedo me dirigi à Livraria para comprar um novo Jornal e falar da dor na alma e do sacrifício que trouxe essas perseguições que ele entre linhas admite e que se calhar sabe-se lá porquê apenas e só refere o Almirante Rosa Coutinho: Como terá ficado incomodado o Senhor Almirante ao ver o seu nome referênciado.
Um Homem com um H muito grande que eu tive o privilégio de estar com ele em vários locais, inclusivé Moçambique..
O Assunto continua
m
A Arma mais mortifera de todas as Armas
Longe vão os tempos em que os ditos senhores auto-convencidos que a sabedoria e a verdade única seria aquela que eles quizesssem tornar pública. Os ppoobres Zés, limitavam-se a lerem-na e era se quizessem ter algum tempo de leitura, que mesmo sabndo-se que o que era tornado público e a forma como era abordados os temas em questão, serviam e só para na sua grandissima maioria valorizar o seu autor.
Hoje infelizmente esses mesmos senhores sofrendo dessa doênça que nunca curaram, ou porque não conseguiram, ou então por não se terem apercebido que o mundo mudou e que nessa mudança se encontra a Internet, que eles os Senhores tais apoiaram, mas que hoje por muito que os faça sofrer nao controla.
Felizmente que a Net, veio a exigir dos senhores da Comunicação Social a divulgação de pessoas que até há pouco tempo tempo atrás era impensável, fosse opinião politíca de Guerra ou Religiosa, entre outras.
Certo que ainda hoje quando com grande esforço económico compramos o Jornal, lá aparecem os Senhores tais a ocuparem duas páginis simples e únicamente com o propósito de publicitar livros que eles próprios editam, mas certamente não os compram, bem como a tentar justificar o injustificável.
Somos uma Nação de Terra boa, onde várias sementes fracas poliferaram, porque eram fortemente alimentada por incautos. Hoje esses incautos cada vez são muito menos e já consultam ambos os lados e apercebem-se do que é verdade, menos verdade ou mentira.
Mas hoje felizmente deparamos que não são poucas as vezes que encontramos artigos dos chamados pés descalço publicados. Acredido convitamente que isto acada vez o seu número virá a ser maior.
Num desses de todo o tempo de antena ontem Domingo 10de Janeiro de 2010 ao folhear as páginas deparo com uma entrevista com duas páginas, de um senhor dos muitos que eu ja tinha apagado da memória.
Muito sinceramente foi tamanha a desilusão, que arrumei o Jornala, sem que o tivesses lido, pois quando deparei com o seu nome pensei que ele aproveitaria a mesma para ter a coragem de dizer como e a quem serviu, e lamentar-se das injustiças que houveram e querer tapar o Sol com a Peneira, nos tempos que correm já não dá.
Mas como dizia arrumei o Jornal, mas passei uma noite tão mal dormida, pois lembrou-me o que de mau foi aquele 25 de Novembro e porque não falam nele o Senhor se sente injustiçado (que vitima?). e hoje muito cedo me dirigi à Livraria para comprar um novo Jornal e falar da dor na alma e do sacrifício que trouxe essas perseguições que ele entre linhas admite e que se calhar sabe-se lá porquê apenas e só refere o Almirante Rosa Coutinho: Como terá ficado incomodado o Senhor Almirante ao ver o seu nome referênciado.
Um Homem com um H muito grande que eu tive o privilégio de estar com ele em vários locais, inclusivé Moçambique..
O Assunto continua
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domingo, 10 de janeiro de 2010
Crueldade Fascista =Junta Freguesia Nogueira da Regedoura - Doutor A. Carlos Ferreira Soares.
1931
O estudante Branco é morto pela PSP, durante uma manifestação no Porto;
1932
Armando Ramos, jovem, é morto em consequência de espancamentos; Aurélio Dias, fragateiro, é morto após 30 dias de tortura; Alfredo Ruas, é assassinado a tiro durante uma manifestação em Lisboa;
1934, 18 de Janeiro
Américo Gomes, operário, morre em Peniche após dois meses de tortura; Manuel Vieira Tomé, sindicalista ferroviário morre durante a tortura em consequência da repressão da greve; Júlio Pinto, operário vidreiro, morto à pancada; a PSP mata um operário conserveiro durante a repressão de uma greve em Setúbal
1935
Ferreira de Abreu, dirigente da organização juvenil do PCP, morre no hospital após ter sido espancado na sede da PIDE (então PVDE);
1936
Francisco Cruz, operário da Marinha Grande, morre na Fortaleza de Angra do Heroísmo, vítima de maus tratos, é deportado do 18 de Janeiro de 1934; Manuel Pestana Garcez, trabalhador, é morto durante a tortura;
1937
Ernesto Faustino, operário; José Lopes, operário anarquista, morre durante a tortura, sendo um dos presos da onda de repressão que se seguiu ao atentado a Salazar; Manuel Salgueiro Valente, tenente-coronel, morre em condições suspeitas no forte de Caxias; Augusto Costa, operário da Marinha Grande, Rafael Tobias Pinto da Silva, de Lisboa, Francisco Domingues Quintas, de Gaia, Francisco Manuel Pereira, marinheiro de Lisboa, Pedro Matos Filipe, de Almada e Cândido Alves Barja, marinheiro, de Castro Verde, morrem no espaço de quatro dias no Tarrafal, vítimas das febres e dos maus tratos; Augusto Almeida Martins, operário, é assassinado na sede da PIDE (PVDE) durante a tortura ; Abílio Augusto Belchior, operário do Porto, morre no Tarrafal, vítima das febres e dos maus tratos;
1938
António Mano Fernandes, estudante de Coimbra, morre no Forte de Peniche, por lhe ter sido recusada assistência médica, sofria de doença cardíaca; Rui Ricardo da Silva, operário do Arsenal, morre no Aljube, devido a tuberculose contraída em consequência de espancamento perpetrado por seis agentes da Pide durante oito horas; Arnaldo Simões Januário, dirigente anarco-sindicalista, morre no campo do Tarrafal, vítima de maus tratos; Francisco Esteves, operário torneiro de Lisboa, morre na tortura na sede da PIDE; Alfredo Caldeira, pintor, dirigente do PCP, morre no Tarrafal após lenta agonia sem assistência médica;
1939
Fernando Alcobia, morre no Tarrafal, vítima de doença e de maus tratos;
1940
Jaime Fonseca de Sousa, morre no Tarrafal, vítima de maus tratos; Albino Coelho, morre também no Tarrafal; Mário Castelhano, dirigente anarco-sindicalista, morre sem assistência médica no Tarrafal;
1941
Jacinto Faria Vilaça, Casimiro Ferreira; Albino de Carvalho; António Guedes Oliveira e Silva; Ernesto José Ribeiro, operário, e José Lopes Dinis morrem no Tarrafal;
1942
Henrique Domingues Fernandes morre no Tarrafal; Doutor António Carlos Carvalho Ferreira Soares, médico, é assassinado no seu consultório em Nogueira da Regedoura, com rajadas de metralhadora, os agentes assassinos alegam legítima defesa (?!); Bento António Gonçalves, secretário-geral do P. C. P. Morre no Tarrafal; Damásio Martins Pereira, fragateiro, morre no Tarrafal; Fernando Óscar Gaspar, morre tuberculoso no regresso da deportação; António de Jesus Branco morre no Tarrafal;
1943
Rosa Morgado, camponesa do Ameal (Águeda), e os seus filhos, António, Júlio e Constantina, são mortos a tiro pela GNR; Paulo José Dias morre tuberculoso no Tarrafal; Joaquim Montes morre no Tarrafal com febre biliosa; José Manuel Alves dos Reis morre no Tarrafal; Américo Lourenço Nunes, operário, morre em consequência de espancamento perpetrado durante a repressão da greve de Agosto na região de Lisboa; Francisco do Nascimento Gomes, do Porto, morre no Tarrafal; Francisco dos Reis Gomes, operário da Carris do Porto, é morto durante a tortura;
1944
General José Garcia Godinho morre no Forte da Trafaria, por lhe ser recusado internamento hospitalar; Francisco Ferreira Marques, de Lisboa, militante do PCP, em consequência de espancamento e após mês e meio de incomunicabilidade; Edmundo Gonçalves morre tuberculoso no Tarrafal; assassinados a tiro de metralhadora uma mulher e uma criança, durante a repressão da GNR sobre os camponeses rendeiros da herdade da Goucha (Benavente), mais 40 camponeses são feridos a tiro.
1945
Manuel Augusto da Costa morre no Tarrafal; Germano Vidigal, operário, assassinado com esmagamento dos testículos, depois de três dias de tortura no posto da GNR de Montemor-o-Novo; Alfredo Dinis (Alex), operário e dirigente do PCP, é assassinado a tiro na estrada de Bucelas; José António Companheiro, operário, de Borba, morre de tuberculose em consequência dos maus tratos na prisão;
1946
Manuel Simões Júnior, operário corticeiro, morre de tuberculose após doze anos de prisão e de deportação; Joaquim Correia, operário litógrafo do Porto, é morto por espancamento após quinze meses de prisão;
1947
José Patuleia, assalariado rural de Vila Viçosa, morre durante a tortura na sede da PIDE;
1948
António Lopes de Almeida, operário da Marinha Grande, é morto durante a tortura; Artur de Oliveira morre no Tarrafal; Joaquim Marreiros, marinheiro da Armada, morre no Tarrafal após doze anos de deportação; António Guerra, operário da Marinha Grande, preso desde 18 de Janeiro de 1934, morre quase cego e após doença prolongada;
1950
Militão Bessa Ribeiro, operário e dirigente do PCP, morre na Penitenciária de Lisboa, durante uma greve de fome e após nove meses de incomunicabilidade; José Moreira, operário, assassinado na tortura na sede da PIDE, dois dias após a prisão, o corpo é lançado por uma janela do quarto andar para simular suicídio; Venceslau Ferreira morre em Lisboa após tortura; Alfredo Dias Lima, assalariado rural, é assassinado a tiro pela GNR durante uma manifestação em Alpiarça;
1951
Gervásio da Costa, operário de Fafe, morre vítima de maus tratos na prisão;
1954
Catarina Eufémia, assalariada rural, assassinada a tiro em Baleizão, durante uma greve, grávida e com uma filha nos braços;
1957
Joaquim Lemos Oliveira, barbeiro de Fafe, morre na sede da PIDE no Porto após quinze dias de tortura; Manuel da Silva Júnior, de Viana do Castelo, é morto durante a tortura na sede da PIDE no Porto, sendo o corpo, irreconhecível, enterrado às escondidas num cemitério do Porto; José Centeio, assalariado rural de Alpiarça, é assassinado pela PIDE;
1958
José Adelino dos Santos, assalariado rural, é assassinado a tiro pela GNR, durante uma manifestação em Montemor-o-Novo, vários outros trabalhadores são feridos a tiro; Raul Alves, operário da Póvoa de Santa Iria, após quinze dias de tortura, é lançado por uma janela do quarto andar da sede da PIDE, à sua morte assiste a esposa do embaixador do Brasil;
1961
Cândido Martins Capilé, operário corticeiro, é assassinado a tiro pela GNR durante uma manifestação em Almada; José Dias Coelho, escultor e militante do PCP, é assassinado à queima-roupa numa rua de Lisboa;
1962
António Graciano Adângio e Francisco Madeira, mineiros em Aljustrel, são assassinados a tiro pela GNR; Estêvão Giro, operário de Alcochete, é assassinado a tiro pela PSP durante a manifestação do 1º de Maio em Lisboa;
1963
Agostinho Fineza, operário tipógrafo do Funchal, é assassinado pela PSP, sob a indicação da PIDE, durante uma manifestação em Lisboa;
1964
Francisco Brito, desertor da guerra colonial, é assassinado em Loulé pela GNR; David Almeida Reis, trabalhador, é assassinado por agentes da PIDE durante uma manifestação em Lisboa;
1965
General Humberto Delgado e a sua secretária Arajaryr Campos são assassinados a tiro em Vila Nueva del Fresno (Espanha), os assassinos são o inspector da PIDE Rosa Casaco e o subinspector Agostinho Tienza e o agente Casimiro Monteiro;
1967
Manuel Agostinho Góis, trabalhador agrícola de Cuba, more vítima de tortura na PIDE;
1968
Luís António Firmino, trabalhador de Montemor, morre em Caxias, vítima de maus tratos; Herculano Augusto, trabalhador rural, é morto à pancada no posto da PSP de Lamego por condenar publicamente a guerra colonial; Daniel Teixeira, estudante, morre no Forte de Caxias, em situação de incomunicabilidade, depois de agonizar durante uma noite sem assistência;
1969
Eduardo Mondlane, dirigente da Frelimo, é assassinado através de um atentado organizado pela PIDE;
1972
José António Leitão Ribeiro Santos, estudante de Direito em Lisboa e militante do MRPP, é assassinado a tiro durante uma reunião de apoio à luta do povo vietnamita e contra a repressão, o seu assassino, o agente da PIDE Coelha da Rocha, viria a escapar-se na “fuga-libertação” de Alcoentre, em Junho de 1975;
1973
Amilcar Cabral, dirigente da luta de libertação da Guiné e Cabo Verde, é assassinado por um bando mercenário a soldo da PIDE, chefiado por Alpoim Galvão;
1974,
25 de Abril
Fernando Carvalho Gesteira, de Montalegre, José James Barneto, de Vendas Novas, Fernando Barreiros dos Reis, soldado de Lisboa, e José Guilherme Rego Arruda, estudante dos Açores, são assassinados a tiro pelos pides acoitados na sua sede na Rua António Maria Cardoso, são ainda feridas duas dezenas de pessoas. A PIDE acaba como começou, assassinando. Aqui não ficam contabilizadas as inúmeras vítimas anónimas da PIDE, GNR e PSP em outros locais de repressão.
Mais ainda
Podemos referir, duas centenas de homens, mulheres e crianças massacradas a tiro de canhão durante o bombardeamento da cidade do Porto, ordenada pelo coronel Passos e Sousa, na repressão da revolta de 3 de Fevereiro de 1927.
Dezenas de mortos na repressão da revolta de 7 de Fevereiro de 1927 em Lisboa, vários deles assassinados por um pelotão de fuzilamento, à ordens do capitão Jorge Botelho Moniz, no Jardim Zoológico.
Dezenas de mortos na repressão da revolta da Madeira, em Abril de 1931, ou outras tantas dezenas na repressão da revolta de 26 de Agosto de 1931.
Um número indeterminado de mortos na deportação na Guiné, Timor, Angra e no Cunene.
Um número indeterminado de mortos devido à intervenção da força fascista dos “Viriatos” na guerra civil de Espanha e a entrega de fugitivos aos pelotões de fuzilamento franquistas.
Dezenas de mortos em São Tomé, na repressão ordenada pelo governador Carlos Gorgulho sobre os trabalhadores que recusaram o trabalho forçado, em Fevereiro de 1953. Muitos milhares de mortos durante as guerras coloniais, vítimas do Exército, da PIDE, da OPVDC, dos “Flechas”, etc.
Vítimas da PIDE - De 1950 a 1974!
Não sou muito destas coisas, mas hoje passou-me pela frente dos olhos este documento e vou aproveitar a oportunidade para o deixar aqui «arquivado».
1950, Militão Bessa Ribeiro, operário e dirigente do PCP, morre na Penitenciária de Lisboa, durante uma greve de fome e após nove meses de incomunicabilidade; José Moreira, operário, assassinado na tortura na sede da PIDE, dois dias após a prisão, o corpo é lançado por uma janela do quarto andar para simular suicídio; Venceslau Ferreira morre em Lisboa após tortura; Alfredo Dias Lima, assalariado rural, é assassinado a tiro pela GNR durante uma manifestação em Alpiarça;
1951, Gervásio da Costa, operário de Fafe, morre vítima de maus tratos na prisão;
1954, Catarina Eufémia, assalariada rural, assassinada a tiro em Baleizão, durante uma greve, grávida e com uma filha nos braços;
1957, Joaquim Lemos Oliveira, barbeiro de Fafe, morre na sede da PIDE no Porto após quinze dias de tortura; Manuel da Silva Júnior, de Viana do Castelo, é morto durante a tortura na sede da PIDE no Porto, sendo o corpo, irreconhecível, enterrado às escondidas num cemitério do Porto; José Centeio, assalariado rural de Alpiarça, é assassinado pela PIDE;
1958, José Adelino dos Santos, assalariado rural, é assassinado a tiro pela GNR, durante uma manifestação em Montemor-o-Novo, vários outros trabalhadores são feridos a tiro; Raul Alves, operário da Póvoa de Santa Iria, após quinze dias de tortura, é lançado por uma janela do quarto andar da sede da PIDE, à sua morte assiste a esposa do embaixador do Brasil;
1961, Cândido Martins Capilé, operário corticeiro, é assassinado a tiro pela GNR durante uma manifestação em Almada; José Dias Coelho, escultor e militante do PCP, é assassinado à queima-roupa numa rua de Lisboa;
1962, António Graciano Adângio e Francisco Madeira, mineiros em Aljustrel, são assassinados a tiro pela GNR; Estêvão Giro, operário de Alcochete, é assassinado a tiro pela PSP durante a manifestação do 1º de Maio em Lisboa;
1963, Agostinho Fineza, operário tipógrafo do Funchal, é assassinado pela PSP, sob a indicação da PIDE, durante uma manifestação em Lisboa;
1964, Francisco Brito, desertor da guerra colonial, é assassinado em Loulé pela GNR; David Almeida Reis, trabalhador, é assassinado por agentes da PIDE durante uma manifestação em Lisboa;
1965, general Humberto Delgado e a sua secretária Arajaryr Campos são assassinados a tiro em Vila Nueva del Fresno (Espanha), os assassinos são o inspector da PIDE Rosa Casaco e o subinspector Agostinho Tienza e o agente Casimiro Monteiro;
1967, Manuel Agostinho Góis, trabalhador agrícola de Cuba, morre vítima de tortura na PIDE;
1968, Luís António Firmino, trabalhador de Montemor, morre em Caxias, vítima de maus tratos; Herculano Augusto, trabalhador rural, é morto à pancada no posto da PSP de Lamego por condenar publicamente a guerra colonial; Daniel Teixeira, estudante, morre no Forte de Caxias, em situação de incomunicabilidade, depois de agonizar durante uma noite sem assistência;
1969, Eduardo Mondlane, dirigente da Frelimo, é assassinado através de um atentado organizado pela PIDE;
1972, José António Leitão Ribeiro Santos, estudante de Direito em Lisboa e militante do MRPP, é assassinado a tiro durante uma reunião de apoio à luta do povo vietnamita e contra a repressão, o seu assassino, o agente da PIDE Coelha da Rocha, viria a escapar-se na "fuga-libertação" de Alcoentre, em Junho de 1975;
1973, Amilcar Cabral, dirigente da luta de libertação da Guiné e Cabo Verde, é assassinado por um bando mercenário a soldo da PIDE, chefiado por Alpoim Galvão;
1974, (dia 25 de Abril), Fernando Carvalho Gesteira, de Montalegre, José James Barneto, de Vendas Novas, Fernando Barreiros dos Reis, soldado de Lisboa, e José Guilherme Rego Arruda, estudante dos Açores, são assassinados a tiro pelos pides acoitados na sua sede na Rua António Maria Cardoso, são ainda feridas duas dezenas de pessoas.
O estudante Branco é morto pela PSP, durante uma manifestação no Porto;
1932
Armando Ramos, jovem, é morto em consequência de espancamentos; Aurélio Dias, fragateiro, é morto após 30 dias de tortura; Alfredo Ruas, é assassinado a tiro durante uma manifestação em Lisboa;
1934, 18 de Janeiro
Américo Gomes, operário, morre em Peniche após dois meses de tortura; Manuel Vieira Tomé, sindicalista ferroviário morre durante a tortura em consequência da repressão da greve; Júlio Pinto, operário vidreiro, morto à pancada; a PSP mata um operário conserveiro durante a repressão de uma greve em Setúbal
1935
Ferreira de Abreu, dirigente da organização juvenil do PCP, morre no hospital após ter sido espancado na sede da PIDE (então PVDE);
1936
Francisco Cruz, operário da Marinha Grande, morre na Fortaleza de Angra do Heroísmo, vítima de maus tratos, é deportado do 18 de Janeiro de 1934; Manuel Pestana Garcez, trabalhador, é morto durante a tortura;
1937
Ernesto Faustino, operário; José Lopes, operário anarquista, morre durante a tortura, sendo um dos presos da onda de repressão que se seguiu ao atentado a Salazar; Manuel Salgueiro Valente, tenente-coronel, morre em condições suspeitas no forte de Caxias; Augusto Costa, operário da Marinha Grande, Rafael Tobias Pinto da Silva, de Lisboa, Francisco Domingues Quintas, de Gaia, Francisco Manuel Pereira, marinheiro de Lisboa, Pedro Matos Filipe, de Almada e Cândido Alves Barja, marinheiro, de Castro Verde, morrem no espaço de quatro dias no Tarrafal, vítimas das febres e dos maus tratos; Augusto Almeida Martins, operário, é assassinado na sede da PIDE (PVDE) durante a tortura ; Abílio Augusto Belchior, operário do Porto, morre no Tarrafal, vítima das febres e dos maus tratos;
1938
António Mano Fernandes, estudante de Coimbra, morre no Forte de Peniche, por lhe ter sido recusada assistência médica, sofria de doença cardíaca; Rui Ricardo da Silva, operário do Arsenal, morre no Aljube, devido a tuberculose contraída em consequência de espancamento perpetrado por seis agentes da Pide durante oito horas; Arnaldo Simões Januário, dirigente anarco-sindicalista, morre no campo do Tarrafal, vítima de maus tratos; Francisco Esteves, operário torneiro de Lisboa, morre na tortura na sede da PIDE; Alfredo Caldeira, pintor, dirigente do PCP, morre no Tarrafal após lenta agonia sem assistência médica;
1939
Fernando Alcobia, morre no Tarrafal, vítima de doença e de maus tratos;
1940
Jaime Fonseca de Sousa, morre no Tarrafal, vítima de maus tratos; Albino Coelho, morre também no Tarrafal; Mário Castelhano, dirigente anarco-sindicalista, morre sem assistência médica no Tarrafal;
1941
Jacinto Faria Vilaça, Casimiro Ferreira; Albino de Carvalho; António Guedes Oliveira e Silva; Ernesto José Ribeiro, operário, e José Lopes Dinis morrem no Tarrafal;
1942
Henrique Domingues Fernandes morre no Tarrafal; Doutor António Carlos Carvalho Ferreira Soares, médico, é assassinado no seu consultório em Nogueira da Regedoura, com rajadas de metralhadora, os agentes assassinos alegam legítima defesa (?!); Bento António Gonçalves, secretário-geral do P. C. P. Morre no Tarrafal; Damásio Martins Pereira, fragateiro, morre no Tarrafal; Fernando Óscar Gaspar, morre tuberculoso no regresso da deportação; António de Jesus Branco morre no Tarrafal;
1943
Rosa Morgado, camponesa do Ameal (Águeda), e os seus filhos, António, Júlio e Constantina, são mortos a tiro pela GNR; Paulo José Dias morre tuberculoso no Tarrafal; Joaquim Montes morre no Tarrafal com febre biliosa; José Manuel Alves dos Reis morre no Tarrafal; Américo Lourenço Nunes, operário, morre em consequência de espancamento perpetrado durante a repressão da greve de Agosto na região de Lisboa; Francisco do Nascimento Gomes, do Porto, morre no Tarrafal; Francisco dos Reis Gomes, operário da Carris do Porto, é morto durante a tortura;
1944
General José Garcia Godinho morre no Forte da Trafaria, por lhe ser recusado internamento hospitalar; Francisco Ferreira Marques, de Lisboa, militante do PCP, em consequência de espancamento e após mês e meio de incomunicabilidade; Edmundo Gonçalves morre tuberculoso no Tarrafal; assassinados a tiro de metralhadora uma mulher e uma criança, durante a repressão da GNR sobre os camponeses rendeiros da herdade da Goucha (Benavente), mais 40 camponeses são feridos a tiro.
1945
Manuel Augusto da Costa morre no Tarrafal; Germano Vidigal, operário, assassinado com esmagamento dos testículos, depois de três dias de tortura no posto da GNR de Montemor-o-Novo; Alfredo Dinis (Alex), operário e dirigente do PCP, é assassinado a tiro na estrada de Bucelas; José António Companheiro, operário, de Borba, morre de tuberculose em consequência dos maus tratos na prisão;
1946
Manuel Simões Júnior, operário corticeiro, morre de tuberculose após doze anos de prisão e de deportação; Joaquim Correia, operário litógrafo do Porto, é morto por espancamento após quinze meses de prisão;
1947
José Patuleia, assalariado rural de Vila Viçosa, morre durante a tortura na sede da PIDE;
1948
António Lopes de Almeida, operário da Marinha Grande, é morto durante a tortura; Artur de Oliveira morre no Tarrafal; Joaquim Marreiros, marinheiro da Armada, morre no Tarrafal após doze anos de deportação; António Guerra, operário da Marinha Grande, preso desde 18 de Janeiro de 1934, morre quase cego e após doença prolongada;
1950
Militão Bessa Ribeiro, operário e dirigente do PCP, morre na Penitenciária de Lisboa, durante uma greve de fome e após nove meses de incomunicabilidade; José Moreira, operário, assassinado na tortura na sede da PIDE, dois dias após a prisão, o corpo é lançado por uma janela do quarto andar para simular suicídio; Venceslau Ferreira morre em Lisboa após tortura; Alfredo Dias Lima, assalariado rural, é assassinado a tiro pela GNR durante uma manifestação em Alpiarça;
1951
Gervásio da Costa, operário de Fafe, morre vítima de maus tratos na prisão;
1954
Catarina Eufémia, assalariada rural, assassinada a tiro em Baleizão, durante uma greve, grávida e com uma filha nos braços;
1957
Joaquim Lemos Oliveira, barbeiro de Fafe, morre na sede da PIDE no Porto após quinze dias de tortura; Manuel da Silva Júnior, de Viana do Castelo, é morto durante a tortura na sede da PIDE no Porto, sendo o corpo, irreconhecível, enterrado às escondidas num cemitério do Porto; José Centeio, assalariado rural de Alpiarça, é assassinado pela PIDE;
1958
José Adelino dos Santos, assalariado rural, é assassinado a tiro pela GNR, durante uma manifestação em Montemor-o-Novo, vários outros trabalhadores são feridos a tiro; Raul Alves, operário da Póvoa de Santa Iria, após quinze dias de tortura, é lançado por uma janela do quarto andar da sede da PIDE, à sua morte assiste a esposa do embaixador do Brasil;
1961
Cândido Martins Capilé, operário corticeiro, é assassinado a tiro pela GNR durante uma manifestação em Almada; José Dias Coelho, escultor e militante do PCP, é assassinado à queima-roupa numa rua de Lisboa;
1962
António Graciano Adângio e Francisco Madeira, mineiros em Aljustrel, são assassinados a tiro pela GNR; Estêvão Giro, operário de Alcochete, é assassinado a tiro pela PSP durante a manifestação do 1º de Maio em Lisboa;
1963
Agostinho Fineza, operário tipógrafo do Funchal, é assassinado pela PSP, sob a indicação da PIDE, durante uma manifestação em Lisboa;
1964
Francisco Brito, desertor da guerra colonial, é assassinado em Loulé pela GNR; David Almeida Reis, trabalhador, é assassinado por agentes da PIDE durante uma manifestação em Lisboa;
1965
General Humberto Delgado e a sua secretária Arajaryr Campos são assassinados a tiro em Vila Nueva del Fresno (Espanha), os assassinos são o inspector da PIDE Rosa Casaco e o subinspector Agostinho Tienza e o agente Casimiro Monteiro;
1967
Manuel Agostinho Góis, trabalhador agrícola de Cuba, more vítima de tortura na PIDE;
1968
Luís António Firmino, trabalhador de Montemor, morre em Caxias, vítima de maus tratos; Herculano Augusto, trabalhador rural, é morto à pancada no posto da PSP de Lamego por condenar publicamente a guerra colonial; Daniel Teixeira, estudante, morre no Forte de Caxias, em situação de incomunicabilidade, depois de agonizar durante uma noite sem assistência;
1969
Eduardo Mondlane, dirigente da Frelimo, é assassinado através de um atentado organizado pela PIDE;
1972
José António Leitão Ribeiro Santos, estudante de Direito em Lisboa e militante do MRPP, é assassinado a tiro durante uma reunião de apoio à luta do povo vietnamita e contra a repressão, o seu assassino, o agente da PIDE Coelha da Rocha, viria a escapar-se na “fuga-libertação” de Alcoentre, em Junho de 1975;
1973
Amilcar Cabral, dirigente da luta de libertação da Guiné e Cabo Verde, é assassinado por um bando mercenário a soldo da PIDE, chefiado por Alpoim Galvão;
1974,
25 de Abril
Fernando Carvalho Gesteira, de Montalegre, José James Barneto, de Vendas Novas, Fernando Barreiros dos Reis, soldado de Lisboa, e José Guilherme Rego Arruda, estudante dos Açores, são assassinados a tiro pelos pides acoitados na sua sede na Rua António Maria Cardoso, são ainda feridas duas dezenas de pessoas. A PIDE acaba como começou, assassinando. Aqui não ficam contabilizadas as inúmeras vítimas anónimas da PIDE, GNR e PSP em outros locais de repressão.
Mais ainda
Podemos referir, duas centenas de homens, mulheres e crianças massacradas a tiro de canhão durante o bombardeamento da cidade do Porto, ordenada pelo coronel Passos e Sousa, na repressão da revolta de 3 de Fevereiro de 1927.
Dezenas de mortos na repressão da revolta de 7 de Fevereiro de 1927 em Lisboa, vários deles assassinados por um pelotão de fuzilamento, à ordens do capitão Jorge Botelho Moniz, no Jardim Zoológico.
Dezenas de mortos na repressão da revolta da Madeira, em Abril de 1931, ou outras tantas dezenas na repressão da revolta de 26 de Agosto de 1931.
Um número indeterminado de mortos na deportação na Guiné, Timor, Angra e no Cunene.
Um número indeterminado de mortos devido à intervenção da força fascista dos “Viriatos” na guerra civil de Espanha e a entrega de fugitivos aos pelotões de fuzilamento franquistas.
Dezenas de mortos em São Tomé, na repressão ordenada pelo governador Carlos Gorgulho sobre os trabalhadores que recusaram o trabalho forçado, em Fevereiro de 1953. Muitos milhares de mortos durante as guerras coloniais, vítimas do Exército, da PIDE, da OPVDC, dos “Flechas”, etc.
Vítimas da PIDE - De 1950 a 1974!
Não sou muito destas coisas, mas hoje passou-me pela frente dos olhos este documento e vou aproveitar a oportunidade para o deixar aqui «arquivado».
1950, Militão Bessa Ribeiro, operário e dirigente do PCP, morre na Penitenciária de Lisboa, durante uma greve de fome e após nove meses de incomunicabilidade; José Moreira, operário, assassinado na tortura na sede da PIDE, dois dias após a prisão, o corpo é lançado por uma janela do quarto andar para simular suicídio; Venceslau Ferreira morre em Lisboa após tortura; Alfredo Dias Lima, assalariado rural, é assassinado a tiro pela GNR durante uma manifestação em Alpiarça;
1951, Gervásio da Costa, operário de Fafe, morre vítima de maus tratos na prisão;
1954, Catarina Eufémia, assalariada rural, assassinada a tiro em Baleizão, durante uma greve, grávida e com uma filha nos braços;
1957, Joaquim Lemos Oliveira, barbeiro de Fafe, morre na sede da PIDE no Porto após quinze dias de tortura; Manuel da Silva Júnior, de Viana do Castelo, é morto durante a tortura na sede da PIDE no Porto, sendo o corpo, irreconhecível, enterrado às escondidas num cemitério do Porto; José Centeio, assalariado rural de Alpiarça, é assassinado pela PIDE;
1958, José Adelino dos Santos, assalariado rural, é assassinado a tiro pela GNR, durante uma manifestação em Montemor-o-Novo, vários outros trabalhadores são feridos a tiro; Raul Alves, operário da Póvoa de Santa Iria, após quinze dias de tortura, é lançado por uma janela do quarto andar da sede da PIDE, à sua morte assiste a esposa do embaixador do Brasil;
1961, Cândido Martins Capilé, operário corticeiro, é assassinado a tiro pela GNR durante uma manifestação em Almada; José Dias Coelho, escultor e militante do PCP, é assassinado à queima-roupa numa rua de Lisboa;
1962, António Graciano Adângio e Francisco Madeira, mineiros em Aljustrel, são assassinados a tiro pela GNR; Estêvão Giro, operário de Alcochete, é assassinado a tiro pela PSP durante a manifestação do 1º de Maio em Lisboa;
1963, Agostinho Fineza, operário tipógrafo do Funchal, é assassinado pela PSP, sob a indicação da PIDE, durante uma manifestação em Lisboa;
1964, Francisco Brito, desertor da guerra colonial, é assassinado em Loulé pela GNR; David Almeida Reis, trabalhador, é assassinado por agentes da PIDE durante uma manifestação em Lisboa;
1965, general Humberto Delgado e a sua secretária Arajaryr Campos são assassinados a tiro em Vila Nueva del Fresno (Espanha), os assassinos são o inspector da PIDE Rosa Casaco e o subinspector Agostinho Tienza e o agente Casimiro Monteiro;
1967, Manuel Agostinho Góis, trabalhador agrícola de Cuba, morre vítima de tortura na PIDE;
1968, Luís António Firmino, trabalhador de Montemor, morre em Caxias, vítima de maus tratos; Herculano Augusto, trabalhador rural, é morto à pancada no posto da PSP de Lamego por condenar publicamente a guerra colonial; Daniel Teixeira, estudante, morre no Forte de Caxias, em situação de incomunicabilidade, depois de agonizar durante uma noite sem assistência;
1969, Eduardo Mondlane, dirigente da Frelimo, é assassinado através de um atentado organizado pela PIDE;
1972, José António Leitão Ribeiro Santos, estudante de Direito em Lisboa e militante do MRPP, é assassinado a tiro durante uma reunião de apoio à luta do povo vietnamita e contra a repressão, o seu assassino, o agente da PIDE Coelha da Rocha, viria a escapar-se na "fuga-libertação" de Alcoentre, em Junho de 1975;
1973, Amilcar Cabral, dirigente da luta de libertação da Guiné e Cabo Verde, é assassinado por um bando mercenário a soldo da PIDE, chefiado por Alpoim Galvão;
1974, (dia 25 de Abril), Fernando Carvalho Gesteira, de Montalegre, José James Barneto, de Vendas Novas, Fernando Barreiros dos Reis, soldado de Lisboa, e José Guilherme Rego Arruda, estudante dos Açores, são assassinados a tiro pelos pides acoitados na sua sede na Rua António Maria Cardoso, são ainda feridas duas dezenas de pessoas.
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